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Travessão, hífen e meia-risca

O travessão, o hífen e a meia-risca são sinais tipográficos de tamanhos diferentes, cada qual com funções específicas na construção do texto. Seu uso adequado confere clareza e harmonia à escrita.

Estes sinais são diferentes, não confunda e use adequadamente!


Travessão

O travessão (—) é um traço horizontal mais longo, inserido no meio de uma linha, sempre distanciado da palavra que o antecede e da que o sucede por meio de um espaço simples. Porém, se houver uma vírgula após o travessão, não se insere espaço entre eles.

Entre suas funções, estão:

  • Indicar e representar diálogos em textos narrativos, principalmente.

  • Indicar mudança de interlocutor.

  • Quando houver comentários de um narrador.

  • Destacar expressões ou orações explicativas, em uma função semelhante à dos parênteses.

  • Indicar a conclusão de uma longa série de ideias e retomar a estrutura principal do período.

  • Representar um acréscimo em assunto dado por concluído (aqui tem função semelhante a do ponto e vírgula).

  • Enfatizar termo(s) e marcar rupturas sintáticas no interior de um parágrafo.

É importante ter atenção ao uso do travessão com outros sinais, como vírgula e ponto e vírgula, para não ter equívocos na interpretação textual.


Hífen

O hífen (–) é um sinal de pontuação um pouco menor que o travessão e serve para indicar a separação de sílabas no final de linha (se necessário), enumerar listas ou separar dados em sumários e resumos.

É importante lembrar que não se usa hífen para palavras compostas ou em meio de palavras. Esse é o papel da meia-risca.


Meia-risca

A meia-risca (-) é o sinal pequeno, utilizado para indicar intervalos numéricos ou de tempo (págs. 10-15; 1990-2000). Ela também pode aparecer em tabelas ou listas para expressar faixas ou limites.

Seu principal uso é ligar elementos de palavras compostas, devendo observar as seguintes regras:

  • Substantivo + substantivo:

Decreto-lei, tio-avô, arco-íris, guarda-chuva, palavra-chave, café-concerto, escola-modelo, menino-prodígio.

  • Substantivo + DE + substantivo:

Cor-de-rosa, água-de-colônia.

  • Substantivo + adjetivo:

Amor-perfeito, cabra-cega, guarda-noturno, lugar-comum, obra-prima.

  • Adjetivo + adjetivo:

Amarelo-fosco, azul-escuro, verde-amarelo.

  • Adjetivo + substantivo:

Alto-relevo, belas-artes, primeiro-ministro .

  • Advérbio + adjetivo/particípio.

Abaixo-assinado, meio-médio, sempre-viva, todo-poderoso.

  • Forma verbal + forma verbal.

Corre-corre, entra-e-sai, leva-e-traz, treme-treme.

  • Forma verbal + substantivo:

Abre-alas, conta-gotas, porta-estandarte.

E, em outras situações, como:

  • Em nomes gentílicos:

Porto-alegrense, espírito-santense.

  • Nos compostos que o primeiro termo é apocopado:

Bel-prazer, recém-chegado.

  • Nos nomes dos dias da semana (fim de semana, que não é hifenizado).

  • Em nomes próprios com grã ou grão:

Grã-Bretanha, Grão-Pará.

  • Nos indicativos de relações de acordo:

Brasil-Portugal, Áustria-Hungria.

  • Em ênclises e mesóclises

  • Em vocábulos com anglo, greco, histórico, latino, lusitano, etc.

Anglo-brasileiro, greco-romano, histórico-comparativos, latino-americano.

  • Após a palavra “bem”, quando o termo seguinte tem vida autônoma:

Bem-vindo, bem-aventurado, bem-ditoso.

  • Após a palavra “mal”, pela mesma razão anterior:

Mal-humorado, mal-educado, mal-intencionado, mal-amado.

  • Após os prefixos:

Ante-, anti-, arqui-, auto-, contra-, extra-, infra-, intra-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pluri-, pseudo-, semi-, sobre-, supra-, ultra-, etc.

  • Se a próxima palavra começar com a letra h:

Anti-higiênico, super-homem, sub-humano, pré-história.

Em caso de dúvidas, sempre consulte um dicionário de confiança que esteja atualizado com o acordo ortográfico vigente.

É importante lembrar que a meia-risca não substitui o travessão quando se trata de diálogos ou ênfases textuais.


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